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segunda-feira, 19 de setembro de 2011

O Choque Dos Egos


Essa semana estive em uma reunião para definição de novos itens para um software da empresa. Para isso, tínhamos várias pessoas envolvidas nesse software: desde a equipe de produto (aquela que pensa no produto e está diretamente ligada ao cliente) até o fornecedor (aquele que desenvolve o que é solicitado pela área de produtos). Meus colegas e eu estamos no meio, fazemos parte da área de tecnologia da empresa, logo, tudo que é solicitado pela equipe de produtos, é ligeiramente analisado por nós e repassado de forma mais clara e objetiva a equipe fornecedora que irá desenvolver as melhorias.

Composta e apresentada a equipe, vamos falar quem são as pessoas chaves de cada área, uma vez que somos uma equipe inteiramente ágil: na área de produtos temos três pessoas que são 3 PO's certificados; no fornecedor, temos um scrum master certificado e mais um desenvolvedor; na tecnologia, setor do qual faço parte, temos três scrum masters, não certificados, porém entendidos no assunto.

A reunião transcorria super bem e tranquila, até que em um momento, a equipe de produtos entrou em discordância sobre um determinado ponto em relação ao processo. Nesse momento, os demais, ou seja, os cinco restantes (tecnologia e fornecedor) passaram a tão somente espectadores de um choque de egos e discordâncias fundadas e baseadas nos mais altos fundamentos do Scrum. Todo este conflito de ego só teve fim após longos cinco minutos, quando um dos scrum masters, não certificados, disse: "Quem sabe aproveitamos para marcar mais uma reunião após esta para discutirmos isto?". Pois inacreditavelmente, se isso não fosse feito, certamente, ainda estaríamos ali discutindo o processo.

Enfim, de que adianta termos certificações, palestras, cursos, aulas práticas, se não temos bom senso? Qual é o objetivo de tudo isso? Provar através de um certificado que sabemos com base e fundamentos as origens dos primórdios da metodologia ou satisfazer o usuário final com um excelente software que lhe proporcione uma ótima experiência?

#FicaDica: às vezes, é necessário deixar seu certificado em casa e levar para o ambiente profissional apenas o bom senso aliado a uma boa técnica de gestão.

domingo, 22 de maio de 2011

5 valiosas dicas para motivar seus liderados



Em algum momento do seu dia você teve vontade de estar em outro lugar? Seja
quando olhou uma foto sua sobre a mesa ou quando relembrou algum momento
especial. Surpreenda-se, mas você, líder, não é o único a ter esta vontade,
sua equipe também tem sentimentos e vontades. É isto que nos move, são os
sentimentos que nos movimentam diariamente.

Incrivelmente, todos nós criamos, inconscientemente, uma “corrida dos ratos”,
para poder ter novamente momentos bons, sejam eles: férias, festas, jantares,
encontros, etc.

Beleza!! Mas o que fazer para motivar? Não dá para decretar férias a cada 3
semanas de trabalho, ou ignorar as atribuições profissionais para que todos
estejam livres para fazerem coisas que gostem.

Mais abaixo indicarei 5, valiosas, dicas para motivar seus liderados, saliento que,
estas dicas foram usadas e testadas em algum momento de minhas gestões, mas
fique a vontade para usá-las como base para a criação de novas técnicas.

Indo na linha dos sentimentos é fácil, mas não intuitivo, chegar a nossa primeira
dica. Volte um pouco o texto e verás que comentei sobre férias.... blá blá blá...
festas. Opa, eis aqui a minha primeira dica:

1. Crie festas entre a equipe, não obrigatoriamente festas noturnas, mas
sim almoços entre todos ou dias especiais, como: “Dia do Sorvete”, “Dia da
Pizza”, “Dia do Chocolate”, “Dia do Manto Sagrado”, “Dia do Chinelo”, etc...
Entenda melhor, no dia do sorvete, invista (em média R$50) e compre uma
caixa de picolés e distribua entre todos no pátio da empresa ou em algum salão.
Criando momentos assim, você vai fazer com que as pessoas gostem e queiram
estar na empresa, pois a mesma os valoriza, os compreende e pensa neles,
mesmo que seja com pequenos gestos. Importante: nestes momentos evite falar
de trabalho, fale apenas de assuntos “out-office”.

A motivação não vem só do sentimento, ela também vem da recompensa, da
valorização e, é nela, baseado na valorização, que escrevo a segunda dica:

2. Valorize todo trabalho, não deixe de valorizar o trabalho por menor que o
mesmo represente. Lembre-se sempre da história do fogo na floresta:
“A floresta estava pegado fogo e para apagá-lo, os elefantes enchiam suas
enormes trombas com água e jogavam sobre o fogo, enquanto os tigres e leões,
por serem fortes, carregavam grandes troncos de árvores, ocos, cheios de água.

Quando, de repente, surgiu no céu, um passarinho que ia até o rio enchia seu bico
com uma gota de água e jogava sobre a floresta. Ele foi ironizado pelos elefantes,
quando perguntando sobre o que pensava estar fazendo, pois apenas uma gota
não iria resolver o problema, então o passarinho respondeu: - Estou ajudando,
por pouco que seja, estou ajudando!”.

Associando floresta a casa e como já dizia a música: “Mi casa es su casa”, o
escritório é nosso lar durante 8h diárias. Pergunte a si mesmo, se você não se
motiva e conforta ao deitar numa cama arrumada, ou ao jantar numa mesa
bonita? É com este sentimento de casa arrumada que descrevo a terceira dica:

3. Customize o ambiente de trabalho. Como?! Pegue folders com imagens do
projeto e cole nas paredes, peça ao cliente objetos ou produtos que caracterizem
seu trabalho para customizar o ambiente. Isto gera o sentimento de estar dentro
do ambiente do cliente, de fazer parte daquilo tudo, de ser fundamental para
aquilo acontecer. E ainda dá um toque “despojado” e confortável ao ambiente.

Falando em conforto, já notou como, às vezes, olhar para o vazio nos acalma e
com esta calma pensamos melhor? Incrível, mas se você foi programador um dia,
com certeza deve ter acordado de madrugada com a solução de um problema ou
com uma idéia salvadora. E, assim chegamos a minha quarta dica:

4. Crie intervalos no trabalho, os famosos “coffee break”. Esses intervalos serão
momentos de conversas, curtos, com duração de 5 a 10 minutos, mas que serão
usados para falar sobre tecnologia, vida pessoal, futebol, etc. E eles não serão
encerradas com o famoso “Ok... Ok... vamos voltar para o trabalho”.
Para encerrar as conversas, apenas pare de falar gradualmente e se dirija para
sua mesa, se você for um verdadeiro líder, todos lhe seguirão naturalmente.

E agora, refletindo internamente, você acha que só estas quatro dicas resolvem?
Não, não resolvem. Ainda falta uma quinta, tão ou mais importante que as
anteriores, pois ela envolve você, o líder.

5. Para que sua equipe queira estar e ser liderada por você, ela precisa encontrar
em você um grande exemplo. Demonstre que se importa com os que estão ao seu
redor. Siga, no mínimo, a regra dos 3 metros, que foi criada nos EUA (não me
pergunte quando, nem como), ela diz que ao estar a 3 metros de alguém, quem
quer que seja a pessoa, sorria, cumprimente, pergunte como está, enfim, seja
simpático, não custa nada.

Certa vez ouvi uma frase que ilustra muito bem o que estou dizendo: “As pessoas
não trocam de empresa, elas trocam de chefe”.

terça-feira, 15 de março de 2011

Foco Na Solução



Estranho iniciar um texto, cujo título é “Foco Na Solução”. Ora, se temos um problema, é óbvio que iremos focar na solução, porém não é isto que ocorre na maioria das vezes, nas pequenas, médias e grandes corporações.
Frequentemente, solucionar o problema é fazer com que a tela passe a salvar o campo certo ou pare de estourar o erro na mesma.

Agora veja o outro lado da moeda, não pense no projeto e nem no cliente, pense no usuário final. Esse é o alvo, o usuário final, de nada valerá o software estar bem escrito, bem documentado, bem analisado se o usuário final não consegue executar com facilidade seu trabalho e, muito pior que isso, se o seu trabalho ficou igual ou pior comparado ao software anterior.
Claro que isso envolve outros conceitos, mas sejamos francos, quando trocamos de carro não almejamos um carro melhor, visamos um carro sem problemas, a fim tornar os momentos nele mais produtivos, confortáveis e até mesmo seguros? Ou você, quando troca de carro visa um modelo pior, pois gosta de sofrer!
Esse é o ponto, é o foco a que me refiro.

Este texto não é só direcionado a programadores e arquitetos, mesmo acreditando que eles devem ter voz suficiente para opinar, mas é, principalmente, direcionado aos líderes, pois são eles que têm a direção nas mãos, são eles que conhecem o real problema do usuário final.

Então não basta falarmos do ROI em modo teórico, enquanto não conhecermos o verdadeiro problema do usuário final. Com meus liderados, costumo dizer: “Vocês estão muito bem sentados em uma cadeira confortável, debaixo do ar-condicionado; enquanto o cliente final está, neste exato momento, usando um macacão cheio de graxa e pó, sob um calor de aproximadamente 40ºC (ramo metalúrgico)”.
Como resolver isto? Como simular o ambiente do cliente?

Note que em nenhum momento disse para simular o ambiente, entretanto o subjetivei a você conhecer o ambiente.
Só conhecendo, você saberá das dificuldades, dos processos travados que ele tem que enfrentar diariamente e sabendo de todos estes fatores você terá a possibilidade de focar no problema, focar na solução e assim alcançar o ROI estimado.

Por isto, digo e afirmo, procure conhecer o problema, não veja a solução superficial, procure saber como é o trabalho do cliente final, para assim resolver e até mesmo sugerir a solução. Lembre-se você é, como dizia minha saudosa mãe “o cara que mexe com computador”. Você sabe o que e como fazer.